Exposição de documentário do 11 de setembro

Exposição de documentário do 11 de setembro
Carlinhos em mais um de seus momentos hilários

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Os protestos que abalaram o mundo

Mohamed Bouazizi, 26 anos, era um vendedor ambulante numa cidadezinha na zona rural de Túnis, capital da Tunísia. Na manhã de 17 de dezembro de 2010, teve a barraca de frutas confiscada pelas autoridades. Humilhado e sem meios de sustentar a família, ateou fogo ao próprio corpo em frente à sede do governo. Morreu no hospital 18 dias depois. A morte do tunisiano foi o estopim de revoltas que se espalharam no mundo árabe em 2011 e influenciaram outras revoltas na Europa, Estados Unidos e América Latina. A chamada “primavera árabe”, ainda em curso, foi um fato inédito na região. Pela primeira vez na história, ditadores e dinastias foram depostos do poder pela população, exasperada com a alta do preço dos alimentos e a falta de liberdade. Quatro regimes autoritários chegaram ao fim, na Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, dando início a processos de transição em países sem partidos, Constituição ou sequer registros de eleições livres. Na Líbia, Muamar Kadafi, há 42 anos no poder, teve um final trágico: capturado por rebeldes em 20 de outubro, foi executado e exibido como troféu. Em outros países, manifestações têm sido reprimidas com violência. Na Síria, o governo de Bashar al-Assad teria matado entre 4 e 5 mil pessoas, reprimindo protestos ainda em curso que visam a sua deposição. Protestos de rua também agitaram capitais do continente europeu, que enfrenta a pior recessão econômica desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Em maio, 58 cidades espanholas foram tomadas por manifestantes do grupo “Indignados”, às vésperas das eleições regionais. Nos dias seguintes, o movimento reuniu até 8 milhões de espanhóis no país e em outras 16 capitais estrangeiras. Por motivos diversos, Londres foi palco de uma onda de violência que deixou cinco mortos e mais de 3 mil detidos pela polícia. Tudo começou em 9 de agosto, quando 120 pessoas marchavam contra a morte de um rapaz de 29 anos, ocorrida durante uma ação da polícia londrina. Na madrugada, gangues iniciaram distúrbios que se estenderam até 10 de agosto por outras cidades do Reino Unido. Na América Latina, os chilenos foram às ruas para protestar contra o sistema de ensino. Em 26 de agosto, confrontos entre policiais e manifestantes causaram a morte de um jovem de 16 anos. Os sindicatos aderiam ao movimento, até que, em setembro, conseguiram forçar o governo a negociar as reivindicações dos grupos estudantis. Porém, nenhum movimento inspirado na “primavera árabe” foi mais global que o “Ocupe Wall Street”. Iniciado em Nova York em 17 de setembro, logo se alastrou pelas principais cidades norte-americanas e outras metrópoles mundiais (incluindo Brasil). O alvo dos rebeldes são a especulação financeira e as políticas neoliberais, responsabilizadas pela crise de 2008.

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